"Certo dia, o proprietário sumiu-se e deixou as mulheres sozinhas. O bordel foi fechado. Desesperada, a Diana telefonou aos únicos clientes regulares que tinha: primeiro o director de teatro, depois o técnico de ventilação. Por fim, acabou por lhe aparecer em casa, em Spandau, e desta vez aceitou a proposta de casamento dele. Assim, o técnico meteu baixa por uma semana e pediu um empréstimo de 5000 marcos a uma linha de crédito pela Internet. Depois, foram os dois até Goziki, na Bielorrúsia, para casar. Aqui, o Frank foi de imediato confrontado com os bárbaros costumes bielorussos. Ainda na estação, roubaram-lhe a mala. Depois, as damas de honor acusaram Diana de trição à pátria e puseram-na com um olho negro. Aliás, também o Frank foi atacado pelos nativos por motivos patrióticos, o que não invalidou que, mais tarde, acabassem todos amigos. A boda foi celebrada na maior sala da aldeia, o ginásio da escola primária. O Frank comprou cinco grades de vodka para os homens e cinco grades de vinho tinto para as mulheres. A festa durou dois dias e teria continuado por mais tempo, não fosse o pai da Diana ter estragado tudo. Eufórico e alegre, foi até ao rio de Goziki completamente bêbado para tomar um banho - e nunca mais voltou. Os esforços para encontrar o corpo dele e o retirar do rio duraram um dia inteiro. E sem pausa nem interrupção, a boda foi dar em enterro."
Excerto retirado do capítulo "Só o Amor Faz Rodar o Mundo" de "Russendisko - Discoteca Russa" de Wladimir Kaminer (páginas 41 e 42)
Cavalo de Ferro (2005)
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