quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Metido no Chinelo

  Acabei de ver nas notícias, um dos melhores alunos do país reduzir o Ministro da Educação à condição de artista circense em meia dúzia de penadas. Acerca dos prémios de mérito que afinal não vão ser entregues aos alunos, mas sim às escolas a favor do princípio da solidariedade, aceita que se estes são assim tão importantes para ajudar o país, compreende a medida, e sugere que o mesmo seja feito relativamente aos prémios de mérito dos gestores público, para que esse propósito seja alcançado mais rapidamente. Embora ache que "o prometido é devido, ou pelo menos é esse o princípio que lhe foi ensinado em casa". É certo que falamos de um aluno de 19,5 valores, mas é ainda assim apenas um rapaz.

  Como muita gente parece ter tido a mesma educação, entre escolas, pais e mecenas diversos, são já vários os casos em que os prémios serão entregues de qualquer forma. É assim que vemos como certos valores não se compram no supermercado.

Um velho amigo

  Quando era mais novo, já lá vão quinze anos ou coisa que o valha, o DN jovem recebia e publicava textos de quem começava a experimentar com a sua necessidade de escrever. O lançamento recente de um livro sobre esse projecto, fez-me lembrar não só essas páginas, mas também um velho amigo. O Pedro era dotado, provavelmente além do limiar de génio. Recordo-me de ele ler e compreender no preparatório, obras que estão vedadas à generalidade das pessoas, até uma década mais tarde. Nalguns casos, sempre. Garanto-vos que não estou a exagerar. 
  De mãos dadas com esse talento, caminhava uma melancolia permanente. O seu corpo jovem parecia por vezes carregar um espírito muito mais velho que os anos que tinha. Como alguém desgastado pela vida. Não soube lidar com os primeiros desgostos de amor, as reflexões existenciais em que mergulhou, com a falta de finalidade da própria vida que acreditou encontrar. Pôs termo a tudo no topo do Viaduto Eduardo Pacheco, após ler as palavras do seu livro favorito, e ouvir a música que o marcava. Sei estes pormenores, porque vinham na despedida que o DN jovem lhe publicou, a par dos melhores textos que para lá tinha enviado, um recorte de jornal que guardo até hoje.

  Lembro-me da raiva e confusão que senti por tanto desperdício. Da tristeza e dor nos seus pais enquanto me abraçavam, eu que tinha entrado com o seu filho perdido no primeiro dia da escola primária. Ainda hoje o vejo, pois os caminhos que percorro podiam ser paralelos aos dele. Mas lembro-me sobretudo, da tristeza que senti por saber que nunca mais ia estar com o meu amigo. Nós, que andámos a recolher assinaturas e a falar na rádio de ecologia, decididos a salvar o planeta. E mesmo após todos estes anos, continuo a ter saudades do meu amigo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Negócios de ocasião - só hoje

  A Fnac.pt tem durante o dia de hoje, um conjunto de 50 livros com 50% de desconto. De entre estes, destacam-se títulos como a Íliada e Odisseia (as edições da Cotovia, com tradução do original de Frederico Lourenço), os diferentes volumes de Em Busca do Tempo Perdido, ou ainda duas obras de Tony Judt. E destaco estes não apenas pelo seu valor literário, mas pelo seu elevado preço habitual (alguns rondam os 40€), que dificultam a sua compra. Quem tiver folga financeira, é de aproveitar.