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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Os piores livros lidos em 2009

1. "Bala Santa" - Luís Miguel Rocha - 1/10

    Um desastre completo. Como tinha lido o "Último Papa" e dentro do género o achei razoável, arrisquei ler a continuação, embora já desconfiado de que a estória não tinha por onde continuar. O livro é uma amálgama de lugares comuns narrativamente mutilados. A estória desenrola-se em demasiadas frentes, que demoram um tempo interminável a encontrar-se. Quando isso finalmente acontece, a recompensa não está minimamente à altura da agonia tolerada. As personagens do primeiro livro (principal foco de interesse para ler este), são relegados para segundo plano até uma fase avançada da narrativa. Trata-se de uma cópia de má qualidade do seu antecessor, em que basicamente basta substituir o nome do conspirador. Respeito o trabalho de quem escreve mesmo quando não gosto do resultado final, mas tenho de confessar que ter dispendido pasta de papel nesta obra constitui um atentado ambiental, e foram provavelmente os 10€ mais mal gastos em livros da minha vida. Só o hábito (que hoje em dia considero demasiado arreigado), de não deixar livros a meio, me fez voltar a pegar-lhe. "Bala Santa" termina com a frase: "Isto ainda não acabou." Para mim acabou de certeza.

2. "Fortaleza Digital" - Dan Brown - 2/10

    Primeiro livro de Dan Brown, apresenta todos os defeitos dos subsequentes, e nenhuma das suas qualidades. Nota-se ser uma primeira obra, em que Brown ainda está a desenvolver o seu domínio narrativo, aqui algo rombo. O livro não apresenta a fluídez que normalmente permite uma leitura contagiante dos seus thrillers, e que permite minimizar os efeitos das suas limitações. Um bom exemplo é como um dos heróis do livro não é apenas improvável, mas completamente inverosímel. Perfeitamente dispensável a menos que se seja um incondicional do autor. E mesmo aí...

3. "A Epopeia de Mr. Skullion" - Tom Sharpe - 3/10

    Uma das descobertas de 2009 foi Tom Sharpe. Depois de ler a tetralogia Wilt e o "Triunfo do Bastardo", tinha grandes expectativas para este livro, uma sátira ao meio académico britânico. Em abono da verdade, parece-me que o principal motivo para não ter apreciado o livro, foi precisamente a falta de conhecimento e identificação com as nuances desse meio. Ainda assim, gostei dos delírios amorosos do investigador Zipser com uma empregada de limpeza tida como o trambolho residente e o desfecho dado para o College e o seu ancestral guardião, Mr. Skullion.

4. "O Fado da Sombra" - Filipe Faria - 3,5/10

    É certo que se trata de um género (Fantasia, segmento youg adult) que não faz parte das minhas preferências. Mas tendo começado a ler as Crónicas de Allarya por me terem oferecido o primeiro livro, até gostei dos primeiros três volumes. As influências de outras obras tidas como referência no género são notórias, e embora a escrita fosse algo infantil (até derivado da jovem idade do autor), parecia um trabalho promissor, para mais numa área em que tanta gente se queixa de haver poucos escritores em Portugal. O problema é que não só Filipe Faria não evoluiu na sua escrita, como até regrediu. Nos dois volumes anteriores já a estória  havia estagnado, ao mesmo tempo que tentava elevar a intriga a uma qualquer dimensão etérea que não se compreende de todo. A segunda metade de "O Fado da Sombra" interrompe esse ciclo, mas acaba por cair no extremo oposto, encaixando demasiados acontecimentos significativos num diminuto número de páginas. Salvam-se as descrições das lutas, ainda que por vezes demasiado longas, que para serem eficazes têm de galvanizar o leitor. Numa literatura sem grande tradição das mesmas, o autor não se sai mal.

5. "Como tornar o Benfica Campeão" - José Veiga - 5/10

    Aficcionado de futebol e do Benfica, tinha curiosidade moderada acerca deste livro. O suficiente para o comprar quando o vi em promoção. É, em grande medida, uma defesa pública do trabalho que José Veiga realizou enquanto director desportivo do Sport Lisboa e Benfica. Começando por descrever a sua ascensão enquanto empresário de jogadores, debruça-se em maior pormenor sobre os pormenores da sua estadia no Benfica, que acabou por abandonar de forma conturbada. Como zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades, algumas das revelações que faz parecem credíveis. Temos a consciência de estar a ouvir apenas um lado da história, mas outra coisa não seria de esperar neste caso. É também a oportunidade para ouvir algumas histórias de balneário do último campeonato conquistado pelo Benfica.

6. "A Liga dos Homens Assustados" - Rex Stout - 5/10

    Gosto de ler policiais. E "A Liga dos Homens Assustados", não sendo um mau exemplo do género, não me prendeu a atenção. Sobretudo, não me senti cativado pelo carisma do protagonista, Nero Wolfe. Uma figura gargantuesca, como em determinada altura se refere a si próprio, que abomina movimentar-se fora do conforto do seu lar mais do que o estritamente necessário. Recorre ao seu associado para reúnir os elementos a partir dos quais deslindará o caso através dos seus processos mentais. Neste caso, a suspeita de que um escritor que ficou aleijado na sua juventude devido a uma brincadeira de mau gosto de um grupo de colegas, decidiu finalmente vingar-se. As mortes começam a suceder-se, e cabe a Nero Wolfe (a troco de uma significativa compensação financeira), averiguar da sua culpabilidade e dos meios empregados. Lê-se razoavelmente mas não deixa vestígios.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Livros lidos em 2009

    Deixo em seguida, a lista das minhas leituras ao longo de 2009, partindo da mais recente para a mais antiga. À frente de cada título, está uma classificação entre 0 e 10, ilustrativa da minha opinião. No que a opinar sobre livros diz respeito, tento conciliar uma análise mais objectiva do livro (qualidade de escrita; mecanismos narrativos utilizados; vocabulário seleccionado), com uma valoração pessoal do mesmo. Nem sempre os livros mais bem escritos são os que mais nos marcam. E nos que o fazem, nem sempre conseguimos explicar o porquê. Para mais, existem comparações que não têm cabimento. Como submeter à mesma avaliação Eça de Queiroz e Stieg Larsson? São universos (a nível de época, enredo, vocabulário, escrita, etc.) completamente distintos. Assim, as classificações valem o que valem, e pretendem apenas ser um indicador. Ao longo dos próximos dias, irei também deixar algumas linhas acerca das principais impressões que cada um dos integrantes da lista me deixou.

  • 60. "A História Fabulosa de Peter Schlemihl" - Adelbert von Chamisso 7/10
  • 59. "A Liga dos Homens Assustados" - Rex Stout - 5/10
  • 58. "O Meu Pé de Laranja Lima" - José Mauro de Vasconcelos - 10/10
  • 57. "A Águia do Império" - Simon Scarrow - 7,5/10
  • 56. "A Mancha Humana" - Philip Roth - 9,5/10
  • 55. "A Epopeia de Mr. Skullion" - Tom Sharpe - 3/10
  • 54."Russendisko" - Wladimir Kaminer - 6,5/10
  • 53."Despedida de Solteiro" - Peter James - 6,5/10
  • 52."O Criado Secreto" - Daniel Silva - 8,5/10
  • 51."O Assassino Inglês" - Daniel Silva - 8/10
  • 50."Vai e não voltes tão depressa" - Fred Vargas - 8/10
  • 49."O Carteiro de Pablo Neruda" - Antonio Skármeta - 7,5/10
  • 48."O Hóspede" - Marie Belloc Lowndes - 7/10
  • 47."Dead Until Dark" - Charlaine Harris - 6/10
  • 46."António e Cleópatra" - Colleen McCullough - 8,5/10
  • 45."O Priorado do Cifrão" - João Aguiar - 7/10
  • 44."Fortaleza Digital" - Dan Brown - 2/10
  • 43."O Grande Conspirador" - David Liss - 6/10
  • 42."O Vespeiro" - Patricia Cornwell - 5,5/10
  • 41."Os Pássaros da Morte" - Mo Hayder - 8/10
  • 40."O Fado da Sombra" - Filipe Faria - 3,5/10
  • 39."Pecados Íntimos - Little Children" - Tom Perrotta - 7,5/10
  • 38."O Cemitério dos Sem Nome" - Patricia Cornwell -  7/10
  • 37."A Quinta dos Cadáveres" - Patricia Cornwell - 7,5/10
  • 36."A Rainha no Palácio das Correntes de Ar" - Stieg Larsson - 9/10
  • 35."Cruel e Invulgar" - Patricia Cornwell - 8/10
  • 34."Tudo o que Resta" - Patricia Cornwell - 7/10
  • 33."O Monstro e Outros Contos" - Stephen Crane - 7/10
  • 32."O Primo Basílio" - Eça de Queiroz - 9/10
  • 31."Filho de Deus" - Cormac Mccarthy - 8/10
  • 30."A Maldição de Edgar" - Marc Dugain - 6,5/10
  • 29."O Homem em Queda" - Don Delillo - 7/10
  • 28."Sequestro em Directo" - Sebastian Fitzek - 7,5/10
  • 27."As Dez Figuras Negras" - Agatha Christie - 7/10
  • 26."Os Pecados do Lobo" - Anne Perry - 6/10
  • 25."A Canção de Kali" - Dan Simmons - 7/10
  • 24."As Velas Ardem Até ao Fim" - Sándor Márai - 8,5/10
  • 23."Ladrão de Almas" - Yrsa Sigurdadottir - 7/10
  • 22."20 Navios - Crónicas" - Ruy Guerra - 5,5/10
  • 21."Corpo de Delito" - Patricia Cornwell - 7/10
  • 20."O Corrupto e o Diabo"- Paulo Morgado - 7/10
  • 19."The Ignorance of Blood" - Robert Wilson - 7,5/10
  • 18."Tóquio Ano Zero" - David Peace - 8/10
  • 17."Noites de Cocaína" - J.G.Ballard - 7/10
  • 16."O Triunfo do Bastardo" - Tom Sharpe - 9/10
  • 15."Telefona se Precisares de Mim" - Raymond Carver - 7,5/10
  • 14."Assassini" - Thomas Gifford - 9/10
  • 13."Bala Santa" - Luís Miguel Rocha - 1/10
  • 12."O Homem que Corrompeu Hadleyburg" - Mark Twain - 8/10
  • 11."Como Tornar o Benfica Campeão" - José Veiga - 5/10
  • 10."A Tábua de Flandres" - Arturo-Perez Reverte - 7,5/10
  • 9. "Requiem para D. Quixote" - Dennis McShade - 7/10
  • 8. "Wilt em Parte Incerta" - Tom Sharpe 7/10
  • 7. "Mata-me se Puderes" - Peter James - 7/10
  • 6. "Wilt na Maior" - Tom Sharpe - 7,5/10
  • 5. "A Mão Direita do Diabo" - Dennis McShade - 7/10
  • 4. "Os Detectives Selvagens" - Roberto Bolaño - 9,5/10
  • 3. "Loja dos Suicídos" - Jean Teulé - 7/10
  • 2. "A Alternativa Wilt" - Tom Sharpe - 7,5/10
  • 1. "Wilt" - Tom Sharpe - 8/10