domingo, 5 de julho de 2009

Cada tiro, cada melro

Dois polícias foram baleados hoje na Amadora. Em princípio vão sobreviver. Fico ansiosamente a aguardar as explicações do Bloco de Esquerda acerca de como estes factos foram, na realidade, resultado de um inadequado comportamento das autoridades e de uma limitada política social maniqueísta por parte do Governo (para recorrer ao vernáculo oficial).

1 comentário:

Joana d'Arc disse...

Apenas quem vive num meio privilegiado não compreende a necessidade, hoje crescente, das forças policiais se encontrarem bem apetrechadas e poderem utilizar armas de fogo em situações de necessidade.
Situações de necessidade, serão aquelas em que a vida ou a integridade física dos agentes ou dos cidadãos se encontra em risco.
Não será necessário esperar que o sujeito dispare primeiro e acerte, para depois, aí sim, reagir.
Nos arredores de Lisboa, Setúbal, Porto, Leiria o uso de armas de fogo está a entrar nos hábitos, nomeadamente, de quem rouba.
A polícia tem de ter meios à altura e autorização para os usar, em caso de necessidade.
Não me parece sensato, esperar que aconteçam tragédias e se generalize o sentimento de impunidade, entre aqueles que têm como meio de vida a prática de crimes e, um dia, acordar para a realidade: já ninguém respeita as autoridades.
O descrédito das polícias e dos tribunais começa na menorização a que o poder político os vota.
Apresentados como preguiçosos, displicentes e preocupados apenas com os seus próprios interesses, na realidade, estes profissionais trabalham todos os dias, incluindo Sábados e Domingos e fazendo turnos, prestando serviço em edifícios degradados, dos quais o Estado não cuida.
Estes profissionais dedicam a sua vida ao serviço público.
Existem, também, como em todas a profissões, maus profissionais e esses, notam-se mais...
A comunicação social, cerejinha no topo do bolo, acompanhada da sua habitual ignorância e profunda má fé, encarrega-se de difundir a imagem (distorcida) criada pelo poder político, interessado em dividir para reinar.
Numa sociedade democrática,o sistema judicial é onde todas as falhas rebentam.
Todos os litígios vão lá parar e têm de ser decididos, pois é o último reduto da sociedade.
Quem, alegremente, se dedica a promover a erosão destas instituições, certamente se sentirá realizado com os resultados até agora alcançados.
Esquecendo-se que... é a sociedade, o cidadão, quem suportará o custo deste pensamento, já habitual, por parte do criminoso: "não me podem fazer nada!"