Concretizou-se finalmente o anúncio oficial de uma das primeiras grandes alterações de 2010 no mercado editorial português: a editora Sextante passa a integrar o Grupo Porto Editora. João Rodrigues (Sextante) e Manuel Alberto Valente (Porto Editora), tidos como dois dos mais conceituados editores nacionais, vão passar a trabalhar juntos. Manuel Alberto Valente chegou à Porto Editora algum tempo após abandonar a ASA, de onde saiu de forma algo conturbada após a aquisiçao desta pela Leya. Desde então, em conjunto com Cláudia Gomes, não tem parado de angariar obras e autores (alguns dos quais o acompanharam da ASA), que possibilitem o crecimento agressivo que o Grupo Porto Editora pretende para os segmentos de mercado externos ao livro escolar. Com esta aquisição, obtém acesso a um catálogo criticamente aclamado, mas apelativo a um segmento de mercado mais reduzido. A Sextante, em razão dos problemas financeiros que afectaram a distribuidora com que trabalhava, precisava ela própria de encontrar um novo fôlego. Terá assim acesso a uma estrutura alicerçada em recursos financeiros e logísticos significativamente superiores aos que estava habituada.
As movimentações que envolvem a Porto Editora podem não ficar por aqui, uma vez que continuam a ser veiculadas notícias que a dão como concorrente da Leya na eventual aquisição da rede de livrarias Bertrand. O anúncio do grupo alemão Bertelsmann, em como pretende vender os seus investimentos em Portugal (Editoras Bertrand, Temas e Debates, e a renascida Quetzal; Círculo de Leitores; Rede de livrarias Bertrand), obriga os principais intervenientes no mercado livreiro a avaliar os custos e benefícios de avançar para estas aquisições, bem como das consequências possíveis de ser um dos seus concorrentes a fazê-lo.
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