sábado, 2 de janeiro de 2010

Bem-vindo 2010



     E começou mais um ano. 2009 não foi nada mau, mas parece-me que 2010 vai ser ainda melhor. Estou apenas a falar a nível pessoal. Porque na forma como o mundo gira, não me admiro nada que venham por aí mais problemas. A crise pode já não ser uma presença frequente à mesa, mas serão provavelmente mais visíveis algumas das sequelas que deixou. Mas enquanto o pau vai e vem, folgam as costas. Além do mais, o início de um novo ano pretende-se um período de renovação de esperança e empenho (por mais breve que seja).

    O que deveria ter sido uma ausência até ao início de Dezembro, acabou por perdurar até final do ano. Tenho pena de não conseguir actualizar o Alexandria com maior frequência, mas ocupando este um lugar de prazer e não de obrigação, vê-se muitas vezes relegado não para segundo lugar, mas para sexto ou sétimo (inclusive atrás do descanso e preguiça). Em alguns meses de blog, escrevi sobretudo sobre livros, o principal impulso por detrás do Alexandria. Existem outros assuntos sobre os quais gostaria de ter escrito mais. Talvez o consiga em 2010. Escrever sobre outras coisas, e escrever mais sobre livros. Foi também interessante e recompensador a forma como acabei por estabelecer contacto, ainda que superficial, com pessoas que partilham interesses comuns.

    E o Ano Novo não é Ano Novo sem as famosas resoluções. Fala-se de livros neste caso. Como com o passar dos anos me convenci que quanto maior a resolução, menor a sua esperança de vida, contento-me em estabelecer algumas orientações.  Após um ano em adquiri uma quantidade obscena de livros (271), exige-se maior ponderação em 2010. Por um lado, não se justifica gastar dinheiro em livros quando tenho matéria-prima em casa para ler que chegaria para encomendar um filho e deixá-lo concluir o ensino primário. Talvez aí, e não é sequer um facto adquirido, começassem a escassear as alternativas de leitura. A grande decisão foi então: ler mais livros do que aqueles que compro. Pelo menos o dobro. É verdade que existem sempre novos lançamentos a tentar-nos, mas também é verdade que uma grande parte dos livros que povoavam a minha lista de desejos já cá cantam. Para além de querer evitar gastos num ano recheado de despesas, o segundo elemento que quero administrar de forma mais saudável é o tempo. Embora seja um leitor rápido, existem alturas em que pouco se consegue, ou quer ler. Não sou de estabelecer antecipadamente os livros que vou ler ou a ordem em que o farei. Essas opções prendem-se normalmente com o meu estado de espírito na altura ou com circunstancialismos do dia-a-dia. Mas embora tenha interesse por muitos assuntos e géneros, o meu perfil  de leitor já está mais ou menos definido. Não quer dizer que seja imutável, mas simplesmente já não tenho aquela curiosidade de querer conhecer tudo. O tempo que se gasta não volta, pelo quero dispênde-lo cada vez mais com obras que me marquem, ao invés de livros que mal fecho a capa já os começo a esquecer. Não quero com isto dizer que vou cingir-me a ler apenas autores criticamente conceituados e clássicos da literatura mundial. Tal como no cinema ou música, creio fazer falta disfrutar de diferentes alternativas. Para um livro ser bom, basta que o seja dentro do respectivo género. Existem autores de que sou completamente aficcionado, mas se lesse apenas o seu trabalho, não demoraria muito tempo a desenvolver uma qualquer patologia de foro homicida.

    Existem alguns autores portugueses sobre quem quero conhecer mais (José Saramago, António Lobo Antunes, Vergílio Ferreira, Eça de Queiróz) ou simplesmente conhecer (Gonçalo M. Tavares). Nos autores estrangeiros, Philip Roth. Quero ler alguns livros que estão em lista de espera (ficção e não-ficção) sobre a II Guerra Mundial, assunto que muito me interessa. Quero também restruturar (começam a falhar e a misturar-se) e aprofundar os meus conhecimentos sobre a História de Portugal (planeio recorrer aos volumes da obra de José Mattoso, precisamente com esse nome, edição Círculo de Leitores). Nos livros que quero absolutamente ler em 2010, contam-se "Os Miseráveis" de Victor Hugo (li apenas o primeiro volume de cinco); "Shantaram" de Gregory David Roberts; "Somos o Esquecimento que Seremos" de Hector Abad Faciolince; "A Neta do Sr. Lihn" de Philippe Claudel; "Gente Independente" de Halldór Laxness; e iniciar a série "Crónicas de Gelo e Fogo" de G.R.R. Martin (tanta recomendação li que me convenci).

    Para começo de conversa chega e sobra. Bom ano de 2010 para todos!

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